quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Testamento de um cão

Minhas posses materiais são poucas e eu deixo tudo para você... Uma coleira mastigada em uma das extremidades, faltando dois botões, uma desajeitada cama de cachorro e uma gamelinha de água que se encontra rachada na borda.

Deixo para você metade de uma bola de borracha, uma boneca rasgada, que você vai encontrar debaixo da geladeira, um ratinho de borracha sem apito, que está debaixo do fogão da cozinha e uma porção de ossos enterrados no jardim, e alguns embaixo de sua cama. Além disso, eu deixo para você a memória, que, aliás são muitas.

Deixo para você a memória de dois enormes olhos amarelos, a lembrança de uma cauda sempre pronta a abanar, de um nariz molhado e das choradeiras atrás da porta.

Deixo para você uma mancha no tapete da sala, junto à janela, quando nas tardes de inverno eu me apropriava daquele lugar, como se fosse meu, e me enrolava feito uma bolinha para pegar um pouco de sol.

Deixo para você um tapete esfarrapado em frente à sua cadeira preferida, o qual nunca foi concertado com o tipo de linha certa, essa é a verdade. Eu o mastiguei todinho, quando tinha ainda cinco meses de idade, vc ficou furioso, lembra-se? Também deixo para você a memória da primeira surra que levei e também todo o meu esquecimento e minha falta de rancor.

Deixo para você um esconderijo que fiz no jardim, debaixo dos arbustos perto da varanda da frente, onde eu encontrava abrigo durante aqueles dias quentes de verão. Ele deve estar cheio de folhas agora, e, por isso, talvez você tenha dificuldades em me encontrar. Sinto muito!

Deixo, também, e só para você, o barulho que eu fazia ao sair correndo sobre as folhas de outono, quando nós passeávamos pelo bosque.

Deixo, ainda, a lembrança de momentos pelas manhãs de verão quando saíamos juntos pela margem do riacho, e você me dava aqueles biscoitos crocantes. Recordo-me das suas risadas, porque eu não conseguia alcançar aquele coelho impertinente. Deixo-lhe como herança minha devoção, minha simpatia, meu apoio quando as coisas não andavam bem; meus latidos quando você levantava a voz aborrecido... e minha frustração por você ter ralhado comigo todas as vezes que eu colocava o nariz onde não devia. Eu nunca fui à igreja e nunca escutei um sermão, no entanto, mesmo sem haver falado sequer uma palavra em toda a minha vida, deixo para você exemplo de paciência, de amor e compreensão.

Sua vida foi mais alegre porque dela eu fiz parte...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quem tem a mordida mais forte?

Comparativo de força das mordidas de um pastor alemão, pitbull, rottweiller e lobo.
Quem ganha? Arrisca um palpite?